E o campeão lá voltou a ganhar, agora a Taça de Portugal. Curiosamente, numa final em que não dominou o adversário, ao contrário do que sucedera em Turim. Mas o futebol é isto mesmo – e não esqueçamos que o Benfica eliminou Sporting e Porto, em jogos dramáticos, merecendo só por isso conquistar a Taça.
Quanto a esta final, depois de uma 1ª parte em que o Benfica foi igual a si próprio, a equipa estoirou. Morreu. Depois de 57 jogos a puxar, deu o berro. Por todas as razões e mais esta: Enzo Pérez, que era o joker para esta partida – por ser o chefe de orquestra da equipa e por estar fresco dado não ter jogado em Turim – lesionou-se a meio da 2ª parte e passou a fazer figura de corpo presente. Acabou o jogo a coxear, mas Jesus pediu-lhe para ficar até ao fim pois já não tinha ninguém.
O Benfica acabou a final do Jamor sem meio campo. Ruben Amorim saíra rebentado. André Gomes não tem intensidade e arrastava-se. André Almeida, que podia jogar nessa zona, estava a jogar à defesa por lesão de Siqueira. E Fejsa, o homem que substituiu Matic, está há muito tempo fora de combate.
Quem viu o jogo no Jamor achou que o Benfica foi fraquinho. Quem o viu pela TV, e percebeu o esforço dos jogadores, percebeu que foram precisos uns laivos de heroísmo para a equipa ganhar este troféu e fazer a dobradinha que há tantos anos fugia ao clube. E já nem falo no triplete, para o qual o Benfica teve de eliminar o Porto no Dragão num jogo que teve sangue, suor e lágrimas.
O Benfica fechou com chave de ouro uma época irrepetível. Até para o ano!