PS não esmaga mas já pede maioria absoluta para as legislativas

A vitória do PS não foi esmagadora – “um conceito que não existe em vida democrática”, garante Francisco Assis –, mas ainda assim o PS avança e já pede maioria absoluta nas legislativas, antecipadas, se depender dos socialistas. “Uma coisa é certa, o actual Governo chegou ao fim”, declarou o líder do PS, António José…

PS não esmaga mas já pede maioria absoluta para as legislativas

A margem entre PS e os partidos da coligação ficou-se pelos quatro pontos percentuais, mas Seguro falou em “clara vitória”: “A responsabilidade do PS é continuar a trabalhar para merecer mais apoio dos portugueses”, afirmou António José Seguro, sublinhando que o PS se deve afirmar como alternativa e recolher o maior número de apoio para obter, “como ambicionamos, uma maioria absoluta para governar Portugal”.

Seguro quer que Cavaco Silva, Passos Coelho e Paulo Portas retirem “ilacções políticas” destas eleições. “Começa hoje um novo ciclo em Portugal. Os portugueses censuraram este Governo, este Governo chegou ao fim. Os portugueses querem um novo Governo, um Governo liderado pelo PS”, disse.

O líder dos socialistas rejeitou uma moção de censura ao Governo – “Não apresenta nem nunca ponderou apresentar” – mas assegura que se depender do PS “haverá naturalmente eleições antecipadas”. Para Seguro, apresentar uma moção de censura com a actual composição do Parlamento é "fazer um frete ao Governo”, uma vez que será rejeitada. Mas diz que o resultado da direita abaixo dos 30% já é uma censura.

Uma “vitória expressiva”, nas palavras de alguns dirigentes socialistas, uma “grande vitória”, disse António José Seguro. Em resposta aos jornalistas, Seguro acabou por admitir: “Quem não gostaria de ganhar por muitos mais votos? Gostaríamos de ter sempre uma vitória mais expressiva e sempre o maior número de votos”.

Seguro rejeitou os populismos na Europa, que também tiveram expressão nacional: “Podemos perder votos. Mas só prometeremos o que temos a certeza de poder cumprir”.

Já Francisco Assis, cabeça-de-lista do PS nestas eleições, sublinhou que o PS é de novo “o maior partido político” em Portugal.

Durante a campanha muitas foram as críticas à entrada de José Sócrates, que acabou por aparecer num almoço de militantes no último dia. Questionado sobre se a presença do ex-Primeiro-Ministro teria prejudicado os resultados do PS, Seguro respondeu: “O PS apresenta-se todo e não se apresenta só com parte da sua história”. E recebeu a maior salva de palmas do seu discurso de vitória. 

sonia.cerdeira@sol.pt