A Nova Aliança Flamenga, que defende a independência da Flandres, conquistou 32 a 34% dos votos nas legislativas de domingo, percentagem que se traduzirá por 34 dos 150 lugares do Parlamento belga.
Os socialistas do primeiro-ministro Elio di Rupo, predominantes na Valónia francófona, perderam um mandato parlamentar, contando agora com 25 deputados.
Nenhum dos principais partidos conseguirá por isso formar Governo sem um acordo com outras forças políticas.
“O nosso complicado país acabou de se tornar ainda mais complicado”, disse no domingo Bart de Wever, líder dos separatistas flamengos, que teoricamente terão grandes dificuldades em coligarem-se com os socialistas ou os democratas-cristãos. Cabe no entanto a De Wever a primeira iniciativa de procurar formar Governo.
Após as eleições legislativas de 2010, a Bélgica demorou 541 dias para formar um Executivo. Acabou por ser o socialista Elio di Rupo, agora demissionário, a liderar um Governo de coligação alargada com liberais e democratas-cristãos flamengos e francófonos. Na altura, o impasse político penalizou Bruxelas nos mercados.
As recorrentes crises políticas belgas têm como pano de fundo as ambições confederais ou mesmo separatistas do norte flamengo, culturalmente distinto e economicamente mais próspero que o sul francófono.