Intitulada "Travar a política de exploração e empobrecimento – Construir uma política patriótica e de esquerda", a apresentação da moção de censura foi anunciada no domingo, pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, na sequência do resultado das eleições europeias.
"Esta moção de censura traduz o sentimento popular de rejeição da política de direita e do Governo que a executa e corresponde à exigência de uma política patriótica e de esquerda, necessária a um futuro de progresso e desenvolvimento do país", lê-se no texto da moção de censura.
Com o voto contra da maioria garantido, as bancadas do BE e do PEV vão juntar-se aos comunistas no voto favorável.
No PS, e depois do secretário-geral socialista, António José Seguro ter dito que o PS votaria ao lado da oposição, a bancada socialista acabou por mostrar alguma divisão.
Depois de uma primeira reunião da bancada inconclusiva na quinta-feira de manhã, os deputados socialistas voltaram a reunir-se à tarde e aí foi decidido que haveria uma "posição convergente" para um voto a favor da moção de censura. Contudo, não foi imposta disciplina de voto aos parlamentares do PS.
No debate da moção de censura, que tem início marcado para as 10:00, a crise interna aberta no PS depois do presidente da câmara de Lisboa, António Costa, ter manifestado disponibilidade para disputar a liderança do partido, também poderá entrar na discussão.
O debate da moção de censura será aberto pelo PCP, seguindo-se uma primeira intervenção do Governo. Segue-se depois um período do pedidos de esclarecimento, com cada grupo parlamentar a dispor de 5 minutos para a primeira pergunta. No encerramento voltam a intervir o PCP e o Governo. Ao todo serão mais de 3 horas de debate, que culminam com a votação da moção de censura.
Esta é a terceira moção de censura que o PCP apresenta ao Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
Lusa/SOL