"Sempre que falamos de dados de pobreza estamos a falar de dados de pessoas e famílias em concreto. Conseguir garantir que, do ponto de vista da protecção social, estas pessoas têm acesso a um conjunto de serviços e de verbas que as conseguem proteger tem sido a nossa prioridade", frisou.
Pedro Mota Soares comentava à Lusa o relatório anual do Banco de Portugal (BdP) sobre a economia nacional, divulgado esta semana, à margem do XI Congresso Nacional das Misericórdias, que hoje terminou em Évora.
O relatório revelou que "a taxa de pobreza — definida como a fracção de indivíduos com um rendimento inferior ao limiar de pobreza — aumentou 0,8 pontos percentuais em 2012, o que corresponde a cerca de 85 mil indivíduos".
A taxa de pobreza em Portugal, "continua a ser uma das mais elevadas na área do euro", tendo contribuído "uma significativa fracção de trabalhadores numa situação de pobreza" (cerca de 10%).
Segundo o BdP, "a evolução recente da taxa de pobreza encontra-se particularmente associada ao número do desemprego".
O ministro lembrou hoje que estes dados "não são novos", mas reconheceu que "têm certamente muito a ver com fenómeno do desemprego" no país.
"Felizmente, o desemprego está a descer", pois, "nos últimos 12 meses, desceu 2,4 pontos percentuais", realçou Mota Soares, admitindo, contudo, que "continua a ser muito elevado".
Mota Soares disse que o Governo tem de "continuar a trabalhar para conseguir promover a economia e para encontrar um conjunto de medidas activas de emprego que ajude a minorar este problema, por exemplo no caso do desemprego jovem".
Ainda a propósito do relatório do BdP, Mota Soares preferiu destacar, como aspecto positivo, a "diminuição da pobreza dos mais idosos, em 2012", atribuindo-a ao facto de o Governo "ter aumentado as pensões mínimas sociais e rurais, recebidas por mais de 1,1 milhões de portugueses", que tinham sido "congeladas" pelo anterior executivo do PS.
Outro dos dados positivos aludidos pelo ministro foi o aumento, "em quase 400 milhões de euros", nos últimos três anos, da verba destinada à acção social.
Por isso, em termos de apoios sociais, afiançou, "a capacidade de resposta" do país é hoje "mais forte" do que há três anos, precisamente porque "houve uma protecção desta área e dos portugueses que estão em condições mais difíceis e desfavorecidas".
Lusa/SOL