O fim das espécies

Uma nova estimativa, publicada na revista especializada Science, revela que, actualmente, cerca de 20 mil espécies estão em risco de desaparecer – um índice que aumentou cerca de mil vezes desde que o ser humano surgiu, alertam os investigadores.

Os cientistas chegaram a este resultado através da estimativa das taxas de extinção de antes do surgimento do ser humano: uma a cada dez milhões de espécies por ano.

Depois, observaram as actuais taxas de extinção, monitorizando os animais e calculando quanto tempo tendem a sobreviver após a sua descoberta. A avaliação destes índices aponta para cerca de mil extinções a cada dez milhões de espécies. O resultado é de dez a cem vezes superior ao que os cientistas esperavam.

Dois dos principais fenómenos que levaram a este aumento são a destruição ou fragmentação dos habitats e as mudanças climáticas. “O factor preponderante da extinção das espécies é o crescimento da população humana e o aumento do consumo per capita”, alerta o estudo.

Outro problema é conseguir acompanhar as espécies a fim de protegê-las, já que calcula-se que muitas das espécies nem sequer foram descobertas ainda. Para se ter uma ideia, há registos de 1,9 milhão de espécies conhecidas, mas estima-se que existam entre cinco e 11 milhões em todo o mundo.

Mas de acordo com os dois principais autores do estudo, Clinton Jenkins e Stuart Pimm, é na tecnologia que reside a esperança: através da criação sistemas de rastreio precisos, como satélites e drones, a monitorização das espécies tornou-se mais fácil, aumentando a possibilidade de as conservar.

sonia.balasteiro@sol.pt