A candidatura de Banville, que nasceu em Wexford em 1945, foi proposta pelo vice-diretor da Real Academia Espanhola, José Antonio Pascual Rodríguez, e pelo embaixador de Espanha em Dublin, Javier Garrigues.
Banville impôs-se na última ronda de votações do júri ao japonês Haruki Murakami e ao inglês Ian McEwan.
Na ata, o júri fundamenta a sua decisão com a "inteligente, profunda e original criação novelesca" de Banville, bem como "o seu outro 'eu', Benjamim Black", pseudónimo com o qual escreve "novelas policiais críticos".
A prosa de Banville, considera, "abre-se a deslumbrantes espaços líricos através de referências culturais onde se revitalizam mitos clássicos e a beleza anda de mãos dadas com a ironia", mostrando ao mesmo tempo "uma análise intensa de complexos seres humanos que nos apanham na sua queda para a obscuridade da vileza ou para a sua fraternidade existencial".
"Cada criação sua atrái e deleita pela mestria no desenvolvimento da história e no domínio dos registos e matizes expressivos e pela sua reflexão sobre os segredos do coração humano", conclui.
O galardoado foi escolhido de entre duas candidaturas de 17 países, incluindo uma de Moçambique, que foram apresentadas para o quinto dos oito galardões anuais do Prémio Príncipe das Astúrias.
Nas últimas semanas já foram atribuídos ao arquitecto Frank Gehry o prémio das Artes, ao historiador e hispanista francês Joseph Pérez o prémio das Ciências Sociais 2014 e ao desenhador gráfico argentino Quino, da personagem Mafalda, o de Comunicação e Humanidades.
Na semana passada, o químico espanhol Avelino Corma e os norte-americanos Mark E. Davis e Galen D. Stucky foram galardoados com o Prémio de Investigação Científica e Técnica.
Estes prémios reconhecem o "trabalho científico, técnico, cultural, social e humanitário realizado por pessoas, instituições, grupos de pessoas ou de instituições".
No caso da categoria das Letras o prémio reconhece aqueles "cujo trabalho de criação literária represente um contributo relevante para a literatura universal".
Os vencedores recebem uma escultura de Joan Miró, 50 mil euros, um diploma e uma medalha.
No ano passado, o prémio foi atribuído ao escritor espanhol Antonio Muñoz Molina, derrotando, entre outras, as candidaturas do irlandês John Banville e do japonês Haruki Murakami.
O Prémio Príncipe das Astúrias das Letras reconheceu nas edições mais recentes o norte-americano Philip Roth (2012), o poeta e cantor canadiano Leonard Cohen (2011), o escritor libanês Amin Maalouf (2010), o albanês Ismaíl Kadaré (2009) e a canadiana Margaret Atwood (2008).
A brasileira Nélida Piñon, galardoada em 2005, foi até agora a única escritora em língua portuguesa a ser reconhecida com estes galardões.
Lusa/SOL