Há imobiliárias a cobrar preço especial para chineses

Autoridades investigam suposto esquema ilegal de concessão de vistos gold envolvendo altos funcionários públicos.  

Segundo o Correio da Manhã, há agências que cobram preços diferentes para a mesma casa: um valor para clientes portugueses e outro, mais elevado, para cidadãos chineses.

De acordo com a investigação em curso liderada pelo DCIAP e pela PJ, que é referida esta sexta-feira por aquele jornal, a despesa para potenciais clientes chineses do imobiliário português é ainda mais elevada devido a supostas comissões de 40% cobradas pelas agências e ainda luvas de 10% pagas a funcionários do Estado.
Recorde-se que, para conseguir um visto gold (uma autorização especial de residência em Portugal), os cidadãos estrangeiros têm de investir um mínimo de 500 mil euros em Portugal.

A febre chinesa pelos vistos gold portugueses fez nascer um negócio de mediação envolvendo imobiliárias e escritórios de advogados que está agora sob suspeita de relações ilícitas a agente do Estado.

Ontem, o Correio da Manhã referia que estão sob investigação altos responsáveis de organismos do Ministério da Justiça e Administração interna, um juiz e vários agentes dos serviços secretos.

Os vistos gold têm sido atribuído sobretudo a cidadãos chineses e angolanos com elevado poder de compra. Apesar do Governo elogiar o processo e de este ser aplicado por muitos outros países, tem sido questionado o escrutínio feito aos candidatos, sobretudo depois da detenção de um cidadão chinês que era procurado pela Interpol por suspeita de burla.