Mundial2014: Greve do metro considerada ilegal

A quatro dias do início do Mundial de futebol no Brasil, o tribunal de Trabalho de São Paulo declarou ilegal a greve dos trabalhadores do metro, e o sindicato vai reunir para decidir a eventual continuidade da paralisação.

Mundial2014: Greve do metro considerada ilegal

"O tribunal declarou que a greve é abusiva. Nós vamos reunir-nos esta tarde em assembleia geral para decidir se continuamos com a greve ou não", disse à agência de notícias francesa AFP um porta-voz do sindicato dos trabalhadores do metro, Thiago Marcelino.

A decisão do Tribunal Regional do Trabalho foi conhecida quatro dias antes do início do campeonato do mundo de futebol, com a partida inaugural, marcada para 12 de Junho, a ser disputada entre Brasil e Croácia no estádio Arena Corinthians de São Paulo, e para a qual se prevê que cerca de 50 mil adeptos se desloquem de metro.

A justiça considerou a greve abusiva por não respeitar a decisão anterior, que obrigava os trabalhadores a garantir 100% de circulação nas horas de ponta e 70% nos restantes horários.

O tribunal determinou ainda o pagamento por parte do sindicato de uma multa de 100 mil reais (cerca de 32.600 euros) diários pela paralisação, e os montantes serão entregues a um hospital de São Paulo.

A decisão do tribunal é conhecida depois do fracasso das negociações entre o sindicato de trabalhadores, que reclamam um aumento salarial de 12,2%, e o metro de São Paulo, gerido pelo Governo regional, que propõe um aumento máximo de 8,7%, tendo sido determinado judicialmente que o aumento deverá ser fixado de acordo com os valores propostos pela entidade patronal, avançou a agência EFE.

Hoje quatro das cinco linhas estiveram parcialmente paralisadas, enquanto a restante funcionou com normalidade.

A greve do metro afectou nos últimos dias milhões de cidadãos, uma vez que este meio de transporte é utilizado diariamente por cerca de quatro milhões e meio de pessoas.

Segundo o sindicato, a greve teve a adesão de 90 a 95% dos 9.500 funcionários e inclui os operadores de comboios, segurança e manutenção.

Lusa/SOL