"Estou com termo de identidade e residência há um ano – o que, para um cidadão anónimo e pacato, representa muito. A minha vida nunca mais foi a mesma. Vivo condicionado", disse ao SOL.
Acusado em Novembro do ano passado pelo crime de ofensa à honra do Presidente da República, Carlos Costal diz que continua sem perceber por que motivo foi alvo de um processo-crime. "O meu protesto foi mais um no meio de tantos. Foi um protesto para o abstracto, não foi direccionado a ninguém em concreto".
O Ministério Público (MP) teve outro entendimento. Naquela tarde, segundo o despacho de acusação, o arguido dirigiu-se a Cavaco Silva e, «apontando-lhe a mão direita, proferiu em voz alta as seguintes palavras: ‘és um chulo, gatuno, ladrão’», tendo acrescentado depois: «’Vai trabalhar, malandro’», escreveu o procurador da República do círculo de Portalegre, Carlos Ferreira.
O julgamento só será marcado após as férias judiciais. Em tribunal, Carlos Costal, de 26 anos, irá enfrentar o depoimento de um oficial, um chefe e dois agentes da PSP, arrolados pelo MP como testemunhas de acusação.