Uma mulher de 65 anos sobreviveu quase dois anos confinada à sala e à cozinha do seu apartamento em Homs, na Síria, alimentando-se apenas de plantas.
Zeinat Akhras, uma farmaceuta, disse à Associated Press que conseguiu resistir ao desespero lendo livros e evitando contar os dias sob bloqueio. “Todos os dias dizíamos que tudo ia terminar amanhã. Se tivéssemos contados os dias teríamos desistido”, explicou.
Também resistiu à tentação de se olhar ao espelho, receando ir-se abaixo com a própria imagem.
O centro histórico de Homs esteve sob cerco das forças governamentais sírias desde 2012, quando a cidade foi tomada por rebeldes islamistas. Derrotados, os opositores de Bashar al-Assad abandonaram a cidade em Maio último.
Zeinat e alguns familiares, todos cristãos, foram dos poucos residentes que ficaram nas suas casas até ao fim do cerco. Os restantes foram saindo da cidade ou morreram em trocas de tiros.
A farmaceuta perdeu um irmão, vítima de cancro, que não pôde continuar os tratamentos durante o conflito. A própria Zeinat também enfrenta os efeitos da experiência na sua saúde: tem hoje 38 quilos, apenas quatro mais do que quando foi encontrada pelos socorristas.
AP / SOL