Arménio Carlos, que falava na manifestação organizada pela CGTP no Porto, que reuniu milhares de pessoas vindas de vários distritos do país, considerou que o Governo sabe que está “condenado” e que, por isso, “quer avançar a toda a velocidade com mais medidas facilitadoras dos despedimentos, do embaratecimento dos salários e da generalização da precariedade dos vínculos laborais”.
“A nova ‘troika’ formada pelo Governo, confederações patronais e UGT, com a proposta de lei que se encontra em discussão até ao dia 26 de junho, pretende destruir a contratação coletiva, reduzir direitos e retribuições e prolongar o período para a redução do valor do trabalho extraordinário até final do ano”, sustentou.
Para o líder da CGTP, “este é um processo perverso que pretende favorecer a relação individual de trabalho para destruir a contratação coletiva conquistada e consolidada por gerações de homens e mulheres antes e depois do 25 de abril”.
Considerou, ainda, que este é “um momento que convoca também cada um de nós para travar o ataque à Segurança Social, que tem como finalidade pôr em causa os seus princípios – pública, universal e solidária. Ao admitir o princípio da capitalização, através do plafonamento, para as gerações mais jovens, o PSD e o CDS estão a tentar pôr em causa a sustentabilidade financeira da Segurança Social. Mas estão também a promover um ataque à solidariedade intergeracional e a tentar impor reformas de miséria para todos”.
Para Arménio Carlos, este é também “um momento que exige que todos os trabalhadores dos setores público e privado, independentemente da sua filiação sindical, convirjam na luta contra a revisão laboral, que visa a destruição da contratação coletiva, a redução dos salários e das pensões, o aumento do horário de trabalho, os despedimentos e o roubo dos direitos”.
O secretário-geral da CGTP referiu que a manifestação de hoje no Porto é a “demonstração inequívoca” de que os portugueses “exigem a demissão do governo e a convocação de eleições antecipadas”.
“A legitimidade política deste Governo para continuar em funções é igual a zero. Eles sabem disto e sabem que o seu tempo de governação se estreita”, acrescentou Arménio Carlos.
Nesta ação da CGTP, que começou na Praça do Marquês e desfilou depois até à Praça da Liberdade, na baixa portuense, participaram milhares de pessoas oriundas dos distritos do Porto, Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.
Lusa/SOL