BdP veta Salgado a chairman

A passagem de Ricardo Salgado de presidente executivo do BES para presidente do conselho de administração, sem funções executivas, foi rejeitada pelo Banco de Portugal.

O gestor apresenta hoje a renúncia ao cargo de presidente executivo por pressão do regulador, depois das irregularidades detectadas nas contas do grupo. A ida para chairman foi uma hipótese levantada nas últimas semanas mas rejeitada pelo BdP. A solução deverá ser um cargo num órgão consultivo ou estratégico, sem influência na gestão diária do banco.

O BdP terá dado indicações logo em Janeiro de que Salgado teria de abandonar funções. Na altura foram conhecidos os resultados das auditorias às contas da Espírito Santo Internacional (ESI), uma holding do grupo com uma situação financeira grave, onde foram cometidas irregularidades: cerca de 1,2 mil milhões de euros de dívida foram omitidos das contas no Luxemburgo.

Salgado pediu na altura que a solução fosse passar para chairman e desde então tem tentado que a presidência executiva passe para um gestor independente – mas da sua confiança. O nome preferido seria o administrador Amílcar Morais Pires, que acabaria por manter a ‘facção’ Salgado com uma palavra determinante nos destinos do banco.

joão.madeira@sol.pt