Estas posições foram transmitidas pela ANJE à agência Lusa, na semana em que promove, mais concretamente na sexta-feira, no Porto, a Conferência Nacional Investimento e Empreendedorismo, que conta, entre outros, com a presença do ministro da Economia, António Pires de Lima.
Neste período pós-troika e conhecidas as decisões do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado para 2014, a ANJE "vê com preocupação o impasse político em que se encontra o país e teme que os sacrifícios a que os Portugueses – famílias e empresas – foram sujeitos nos últimos três anos possam, agora, não ter o retorno merecido".
"Para a ANJE, o Portugal do futuro não pode ser condicionado pelo Portugal do passado, sob pena de se condenar o país a uma perpétua estagnação económica", enfatiza.
Para tal, associação defende a estabilidade fiscal e alerta para o facto do agravamento de impostos poder "impedir o crescimento do investimento e a dinamização do mercado interno".
"Num momento de recuperação económica como o actual, seria importante estabilizar e dar previsibilidade ao sistema fiscal, de forma a gerar confiança nas empresas e nas famílias. Neste sentido, as notícias que dão conta de um possível agravamento fiscal para compensar os cortes na despesa recusados pelo Tribunal Constitucional só nos podem deixar apreensivos", justifica.
Para a ANJE, "o ritmo de crescimento do país vai depender, em larga medida, da evolução do investimento privado", considerando que, para o crescimento sustentável da economia, "é necessário que aumente o investimento em sectores de bens transaccionáveis e que estes aprofundem os seus níveis de internacionalização".
"Para que o relançamento do investimento seja efectivo, é necessário um novo paradigma de financiamento da economia", sugerem, considerando que este passa pela facilitação do acesso das empresas a fontes de financiamento alternativas ao crédito bancário.
A associação pede ainda que o novo quadro comunitário seja direccionado para as empresas, tendo "a industrialização, a internacionalização, o capital humano e a inovação como prioridades".
"A reforma do Estado é uma urgência nacional. O Estado continua a não ser amigo da economia, ficando aquém do que poderia fazer na eliminação da burocracia, no reforço da competitividade fiscal, na redução dos custos de contexto, na aceleração da justiça e na liquidação das dívidas dos organismos públicos a fornecedores", criticam.
A ANJE deixa ainda bem vincado que "o processo de consolidação das contas públicas não pode ser interrompido, sob pena de se desbaratarem os resultados de redução da despesa do Estado já alcançados".
Sendo a associação dos jovens empresários, espaço ainda para defender que o Estado proporcione um "ecossistema mais favorável ao empreendedorismo jovem de base tecnológica, científica ou criativa".
Lusa/SOL