"O SMN não deve estar sujeito a objectivos político-partidários", disse o sindicalista em conferência de imprensa, após uma audiência em São Bento com o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
"Na prática, o que o Governo quer é deixar passar o tempo. Agora estamos no mês de Junho, a entrar em Julho, período de férias, segue-se o mês de Agosto, retoma-se em Setembro, os meses passam, o problema fica por resolver e lá para o final do ano temos aí a jogada de mestre do coelho a sair da cartola para dizer temos aqui uma proposta de 500 euros, quatro anos depois do acordo celebrado", ironizou Arménio Carlos.
A CGTP responde assim que não aceita esta "gestão" do calendário eleitoral e reitera que é necessário exigir a actualização imediata do SMN para os 515 euros.
"Nós não baixamos a guarda, não atiramos a toalha ao chão. Nós não vamos calar as nossas reivindicações enquanto elas não forem consagradas", disse Arménio Carlos, apelando à participação dos trabalhadores na próxima manifestação nacional da CGTP, em Lisboa, agendada para 10 de Julho.
A reunião com o primeiro-ministro, a pedido da CGTP, serviu também para discutir com o chefe do Executivo a contratação colectiva, a reforma do Estado e a degradação das condições de trabalho dos funcionários públicos.
Para Arménio Carlos, o que este Governo está a fazer aos trabalhadores é "inadmissível", considerando ser o Executivo "que mais injuriou os seus trabalhadores", acusando mesmo a equipa de Pedro Passos Coelho de "tortura psicológica" aos funcionários públicos.
Na terça-feira, a delegação da CGTP é recebida pelo Partido Comunista Português e pelo Bloco de Esquerda.
Lusa/SOL