António Pires de Lima falava à Lusa na sexta-feira, em Lima, durante uma visita ao porto de Paita, no noroeste do Peru, cujas obras foram realizadas pela construtora portuguesa Mota-Engil.
"Trata-se praticamente da conclusão, entrega da obra de um grande investimento da Mota-Engil aqui no Peru, no porto de Paita, porto que aumentou 10 vezes de capacidade com este investimento de 120 milhões de dólares [cerca de 88 milhões de euros], a que se somarão mais 100 milhões de dólares [cerca de 74 milhões de euros] no período de concessão de 20 anos", afirmou o governante.
"Creio que é um bom exemplo daquilo que é a engenharia, 'know how', capacidade de fazer de Portugal e dos portugueses" no Peru e "é seguramente um investimento que traz enorme confiança nas autoridades do Peru relativamente a outras obras, a outros investimentos nomeadamente em termos de infra-estruturas" que venham a ser realizadas no país.
"O Peru está a conhecer um grande desenvolvimento económico e social e precisa muito do 'know how', do saber fazer das empresas portuguesas ao nível das infra-estruturas", sublinhou o ministro, que termina hoje a sua visita ao Peru, onde manteve contactos com membros do Governo peruano e visitou empresas portuguesas com presença no mercado.
"Nós, portugueses, desenvolvemos nas últimas décadas uma tradição de construção de infra-estruturas muito importante na área rodoviária, na área portuária e que, aliás, agora vai ter um impulso crescente com o plano estratégico de transportes e infra-estruturas", apontou.
Para Pires de Lima, a "ambição que o Peru tem de se tornar uma potência portuária é uma ambição que Portugal partilha e traçou bem no plano estratégico" dos transportes e das infra-estruturas, apontando que a capacidade portuária do país vai aumentar "de 2,2 milhões de TEU [unidade de medida de carga em contentores] para quatro milhões de TEU nos próximos quatro anos".
"A ambição é que ao longo da próxima década esta capacidade possa chegar aos seis milhões de TEU. Para um país como Portugal, que assumiu a sua vocação marítima, é fundamental ter estruturas portuárias potentes, não só em Sines, mas também em Lisboa e em Leixões e é muito importante ver reconhecida esta capacidade de investir e saber fazer em tempo, no prazo certo e ao custo negociado que aqui vimos numa empresa portuguesa no Peru", concluiu.
Entretanto, instado a comentar o nome de Vítor Bento como o novo líder do BES, António Pires de Lima foi perentório: "Se eu em Portugal sempre me abstive a comentar o desenvolvimento desse tema, do Banco Espírito Santo, por maioria de razão há-de entender que, mantendo a minha lucidez, não comento o assunto aqui no Peru".
Lusa/SOL