Os elementos da Comissão de Utentes de Lisboa, que organizaram a manifestação, pretendiam reunir com o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, para lhe entregar os abaixo-assinados dos moradores das seis freguesias afectadas com o encerramento de esquadras, mas não foram recebidos.
Pela manutenção das esquadras e pelo policiamento de proximidade, a Comissão de Utentes de Lisboa conseguiu juntar "mais de sete mil assinaturas da população", referiu a porta-voz da Comissão, Cecília Sales.
A Comissão de Utentes de Lisboa está contra o encerramento das esquadras, principalmente porque acontece "exactamente numa situação difícil a nível económico e social que as populações, as famílias" vivem, disse.
Para Cecília Sales, a mobilidade em segurança das populações trata-se de "um serviço público".
O encerramento das esquadras é "o abrir de portas para uma maior criminalidade e insegurança das populações", referiu.
"Os últimos governos deixaram as esquadras em perfeito abandono e degradação, os profissionais tem más condições de trabalho", reconheceu a responsável pela manifestação.
A reorganização policial de Lisboa prevê o encerramento de 14 esquadras na cidade, em locais como Rossio, Mouraria, Santa Marta, Rato, Arroios, Zona I, Chelas Zona J, Bairro da Horta Nova, Bairro Padre Cruz, Carnide, Calvário, Quinta do Cabrinha, Campolide e Serafina.
Nesses locais, vão abrir outras seis, nomeadamente na Baixa Pombalina, Palácio da Folgosa, na estação do Metropolitano do Marquês de Pombal, em Campolide, no Lispólis (Lumiar) e em Alcântara.
O objectivo da proposta, segundo o ministro da Administração Interna, é ter "mais visibilidade das forças de segurança", "maior proximidade e maior intensidade de patrulhamento" e "menos elementos policiais dedicados a actividades de logística e administrativa".
A proposta da reorganização das esquadras em Lisboa, elaborada pelo Governo e pela PSP, foi aprovada a 28 de maio em reunião de câmara, sob contestação de moradores e do presidente da Junta de Freguesia de Carnide.
Lusa/SOL