Jardim critica anterior governador do BdP por ‘chatices nos bancos’

O presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, responsabilizou hoje o anterior governador do Banco de Portugal (BdP) pelas “chatices” que estão a acontecer nas instituições bancárias.

Jardim critica anterior governador do BdP por ‘chatices nos bancos’

"Confio no Banco de Portugal. Não confio é no anterior governador do Banco de Portugal [Vitor Constâncio], que estas coisas vêm do tempo dele, sucedeu com outros bancos as chatices que todos conhecem" disse Jardim aos jornalistas à margem da cerimónia da transferência definitiva da Fortaleza do Pico para o património da Madeira que contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar-Branco.

Segundo o líder madeirense, "isso é que é inadmissível o que se passou com o anterior governador", declarando "confiar" no actual responsável do BdP.

Instado a comentar a situação do Banco Espírito Santo, o governante madeirense respondeu estar agora "descansado".

"A partir do momento que o Banco de Portugal veio a público e disse que os depositantes podem estar seguros, não tenho mais que me preocupar com as histórias do BES", vincou Jardim. 

A Moody's cortou hoje o 'rating' da dívida de longo prazo do Banco Espírito Santo (BES) em três níveis, para B3, e baixou também a nota atribuída aos depósitos de longo prazo do banco em dois níveis, para B2.

Em comunicado hoje emitido, a agência de notação financeira argumenta a decisão com preocupações sobre a capacidade de crédito do banco, as quais foram agravadas pela "falta de transparência em relação à autonomização do BES" em relação à Espírito Santo International (ESI).

A decisão hoje comunicada pela agência de notação financeira Moody's surge depois de na quarta-feira a mesma agência ter já baixado em três níveis a nota do Espírito Santo Financial Group (ESFG), o maior accionista do BES, para Caa2.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) determinou hoje o levantamento da suspensão das acções do Banco Espírito Santo (BES), que estavam sem transaccionar desde quinta-feira ao final da manhã, disse fonte do regulador à Lusa.

"O Conselho Directivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou o levantamento da suspensão da negociação das acções do Banco Espírito Santo, S.A., por terem cessado os motivos que justificaram a suspensão", refere o regulador do mercado em comunicado entretanto enviado.

A determinação da suspensão das acções do BES por parte da CMVM foi feita na quinta-feira ao final da manhã, com o regulador a explicar que aguardava por "informação relevante" por parte da instituição financeira e depois do Espírito Santo Financial Group (ESFG) ter solicitado a suspensão da negociação dos seus títulos e obrigações nas bolsas de Lisboa e do Luxemburgo ao início da manhã.

Na altura da suspensão, na quinta-feira, as acções do BES perdiam mais de 17% para 0,51 euros, enquanto as do ESFG interromperam as transacções quando estavam a cair 8,9% para 1,19 euros.

Lusa/SOL