Obrigada a fazer directa pela hora madrugadora (06:00) do voo de Berlim, o voo das 08:30 foi adiado, sem que tenha havido qualquer explicação ou algum elemento da TAP tenha "dado a cara", como explicou o vice-presidente da federação, Ricardo Machado.
Com a mesma ausência informativa, sucederam-se adiamentos até que finalmente a partida se deu por volta das 12:00, hora a que a selecção já devia estar no Porto (11:45, hora prevista): "Não houve pedido de desculpa pelas seis horas de atraso. Falou-se em avaria, a mesma desculpa para quem viajou de véspera".
Já em Lisboa, a comitiva foi colocada no voo das 16:30, "entretanto atrasado para as 17:50, mas que, minutos depois, foi cancelado, alegando falta de tripulação".
"Queriam que fossemos às 23:50, o que levou à revolta de toda a comitiva. Inqualificável. Não acreditando na palavra de quem nos trata assim, decidimos recolher as bagagens e procurar alternativa para viajar para o Porto", referiu.
O canoísta Emanuel Silva, vice-campeão olímpico e campeão da Europa e do Mundo, disse: "Estou completamente desgastado e desejoso de voltar ao ambiente familiar. Fomos privados de ser recebidos pelos familiares e amigos no habitual ambiente de festa no Porto. Lamentamos este tipo de situações. Até pelos media e clubes que nos aguardavam".
O também campeão da Europa e do Mundo, João Ribeiro, disse que "sempre" defendeu que a canoagem "devia viajar com a TAP, empresa nacional, mas agora, com tantas falhas organizativas e de atitude, essa convicção mudou".
"A TAP conseguiu levar-nos ao desespero. Parabéns. Acordamos domingo bem cedo, a selecção conquistou seis medalhas para Portugal e o dia que devia ser de descanso foge-nos há demasiadas horas pela acção da TAP", acrescentou o vice-campeão Olímpico Fernando Pimenta.
O técnico luso Hélio Lucas lamentou "um dia de descanso perdido e regresso aos treinos atrasado, quando só faltam três semanas para os mundiais".
Lusa/SOL