Os três países afectados são Guiné-Conacri, Serra Leoa e Libéria que, segundo os dados mais recentes da OMS (de 12 de Julho), já somam 964 casos, dos quais 603 resultaram na morte dos pacientes. E se são boas notícias o facto de se registar um abrandamento no registo de novos casos na Guiné – entre 8 e 12 de Julho houve seis novos casos e três mortes -, os dados para os outros dois países africanos mostram a tendência oposta: nesse mesmo período a Libéria contou 30 casos e 13 óbitos, a Serra Leoa registou 49 novos casos e reportou 52 mortes. O ébola está activo e a transmitir-se celeremente.
A OMS inclui nos dados casos e mortes suspeitos, prováveis e confirmados em laboratório, pela rapidez com que o vírus actua e as carências de meios técnicos e humanos no terreno. Muito do trabalho dos técnicos de saúde passa também por informar as populações sobre a forma como o vírus se transmite. Além de letal, o ébola estigmatiza as suas vítimas: os doentes (ou alguém suspeito de estar doente) são expulsos das comunidades e deixados à sua sorte, o que contribui para espalhar a doença.
Até o Governo da Costa do Marfim rejeitou hoje um transporte com 400 costa-marfinenses que estavam refugiados na Libéria desde 2010/2011 e queriam regressar ao seu país de origem. A medida foi criticada pelas Nações Unidas, que se tinham prontificado a fazer testes nos refugiados para despistar possíveis casos de ébola – mas nem isso convenceu Abdijan. “É preciso ter alguma compreensão”, defendeu o porta-voz do Executivo costa-marfinense à AFP, sublinhando que se trata de uma “pandemia”: “Não podemos ser negligentes nesta matéria”.
Somam-se, até agora, 406 casos e 304 mortes na Guiné-Conacri; outros 172 casos e 105 mortes na Libéria ; e 386 casos e 194 mortes na Serra Leoa.