“As expectativas são boas. Tudo aponta para crescimentos com alguma expressão no mercado português”, perspectiva o presidente da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo. E assume que “pela primeira vez nos últimos anos” – e dando continuidade aos bons resultados na Páscoa – se verifica uma inversão na tendência de quebra da procura no mercado interno. Pedro Costa Ferreira alerta porém que, embora não sejam esperadas, pode haver reviravoltas, se algum facto macro-económico ou político voltar a ameaçar a confiança dos consumidores, levando-os a retraírem-se.
“O crescimento é significativo para alguns mercados, ainda que os destinos de proximidade, a começar por Portugal, continuem no topo das preferências”, explica fonte oficial da rede de agências Abreu, detalhando que os preços se mantiveram iguais aos do ano passado. Para 2014 antecipa “crescimento moderado” face a 2013.
Também na Top Atlântico, a procura contabiliza “algum crescimento”, segundo o director de marketing, Rogério Cardoso. “Há alguma inversão no timing de reserva que, para o Verão, aconteceu com maior antecedência”, diz, frisando que há pacotes em Agosto já esgotados.
Hotéis também estão cheios
Portugueses e estrangeiros – sobretudo vindos do Reino Unido, Alemanha, Espanha ou França, mas também dos EUA, Brasil e Angola – estão também a protagonizar maior procura na hotelaria. E, contactados pelo SOL, grupos como Pestana, Vila Galé, Tivoli, Sana ou Accor dizem ter algumas das suas unidades – sobretudo de quatro e cinco estrelas e em particular no Algarve e Lisboa – já completas para certas datas e outras com ocupação quase a 100%. Antevêem um Verão com potencial para puxar pelos preços, com mais ocupação e rentabilidade.
“Há um aumento da procura de portugueses”, refere fonte oficial do grupo Pestana, evidenciando que “o mercado inglês e o português são os que mais crescem”. Por isso, o maior grupo hoteleiro nacional prevê “bom desempenho das receitas”.
Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Vila Galé, dá também nota de “uma ligeira retoma” do mercado espanhol. “Apontamos para cerca de 85% de ocupação nos meses de Julho e Setembro e acima dos 90% em Agosto nos hotéis do Algarve, o que também nos ajuda a prever mais receita”, realça, observando que a empresa manteve preços, mas reduziu os períodos das promoções.
“Os nossos hotéis mais próximos da costa, no Algarve, Sesimbra e Estoril, têm já datas fechadas e a procura é sobretudo nacional. Em Lisboa, onde temos nove hotéis, houve uma forte procura em Julho e Agosto e é mais internacional”, avança o Director Geral de Promoção e Vendas da SANA Hotels, Paulo Monge.
No sector, “as expectativas para o Verão são boas”, confirma a directora da Associação da Hotelaria de Portugal, Cristina Siza Vieira, embora opte pela cautela. Prefere não concluir já que a crise está ultrapassada.
“Portugal está na moda e o sector tem de saber aproveitar este bom momento para valorizar adequadamente o destino e a oferta hoteleira”, argumenta o responsável de vendas do Tivoli, Filipe Santiago, que tem apostado em subir preços médios.
“Esperamos que o Verão confirme a tendência de crescimento de um sector que se afirma cada vez mais como um motor para ultrapassar as dificuldades que Portugal atravessa”, resume o presidente da Confederação do Turismo Português, Francisco Calheiros.