Numa exposição em que explicou as acções de supervisão em torno do banco, o governador indicou que as "fragilidades" do grupo foram primeiro reveladas por um conjunto de acções de avaliação aos activos da banca portuguesa. Quando foram detectadas, o BdP determinou uma redução na exposição do BES ao grupo e o reforço de capitais, mas decidiu aprofundar as relações de financiamento entre o banco e as holdings.
No final de Novembro de 2013, foi detectada uma situação grave na Espírito Santo International, sediada no Luxemburgo, com um passivo galopante. Em Dezembro, o BdP determinou medidas para separar o BES do Grupo Espírito Santo, mas não foram aplicadas.
O BDP impôs então uma provisão de 700 milhões de euros no Espírito Santo financial Group para acautelar um eventual risco de incumprimento da ESI, que havia emitido dívida junto de clientes, e foi determinado um plano de contingência para acautelar riscos de contágio de situação financeira nas holdings não financeiras.
"O que o BdP fez foi ver as contas de uma entidade que não supervisionava, por força de uma situação excepcional. Se o BdP não tivesse feito isto, o problema poderia continuar e avolumar-se", disse Carlos Costa.
O governador garantiu que o BES tem uma almofada de capital para acautelar a exposição ao ramo não financeiro do grupo. Subsistem incertezas quanto ao BES Angola e a sua carteira de crédito, mas uma garantia dada pelo Estado angolano cobre eventuais perdas. O BdP "espera que esta situação seja clarificada a curto prazo e sem impacto material no BES".
Carlos Costa revelou que já houve manifestação de interesse de Fundos e investimento e bancos europeus, "que levam a pensar que haverá solução privada para a eliminação das incertezas". Em último recurso, há uma linha de recapitulação públicas, acrescentou
O cenário mais provável e haver apenas uma perda parcial com insolvência ordenada das holdings, sem materialização dos riscos mais extremos.