Em declarações à agência Lusa agência Lusa, Pedro Passos Coelho afirmou que esta sua visita oficial ao Sri Lanka – a primeira de um primeiro-ministro português a este país asiático – foi motivada pela vontade de "dar destaque a raízes portuguesas em terras muito longínquas" e de "casar essa oportunidade com outra, que é a de reconhecer o trabalho que extraordinário que a AMI vem fazendo também aqui".
"Era importante que, num dos exemplos múltiplos deste serviço extraordinário que a AMI presta nos quatro cantos do mundo eu pudesse, como chefe do Governo português, testemunhar e enaltecer esse trabalho que essa organização tem tido em todo o mundo e que enche Portugal de orgulho", acrescentou o chefe do executivo PSD/CDS-PP, com Fernando Nobre, ao seu lado, durante uma visita a um orfanato apoiado pela AMI, na localidade de Maggona, cerca de 70 km a sul da capital do Sri Lanka, Colombo.
Pedro Passos Coelho rejeitou qualquer relação entre esta visita e "a questão política" que o ligou a Fernando Nobre quando este foi cabeça de lista pelo PSD às legislativas de 2011, no círculo de Lisboa, tendo renunciado ao mandato depois de falhar a eleição para presidente da Assembleia da República: "São coisas diferentes, e eu não gostaria de as misturar".
"Uma coisa foi, há três anos, uma participação cívica da parte do doutor Fernando Nobre numa campanha eleitoral portuguesa, outra coisa é o trabalho da AMI e que o presidente da fundação AMI, o doutor Fernando Nobre, tem ao longo destes anos: é um trabalho que não tem fronteiras de natureza político-partidária. São realidades muito distintas, na verdade", declarou.
Por sua vez, Fernando Nobre não quis, nesta ocasião, falar do passado recente que o ligou ao PSD, mas afirmou que não o renega.
"Fi-lo por convicção, e não estou meramente arrependido. Quanto ao estar ao lado do doutor Pedro Passos Coelho, que considero um amigo, para mim é uma honra, e estou aqui com muito prazer para o receber em visita a um projecto da AMI que já tem dez anos", disse.
Quanto à acção da AMI neste orfanato, referiu: "Temos um projecto em curso que é dar alojamento condigno aos trabalhadores da pocilga, que também alargámos para poder ter 600 porcos – e que é a razão da sustentação financeira deste orfanato".
"Ao longo dos dez anos, financiámos um dormitório para 120 crianças, construímos um centro social", adiantou.
Interrogado se terminou a sua história de participação na política, Fernando Nobre respondeu: "Eu costumo dizer que o futuro a deus pertence. Ainda estou vivo, ainda não morri. Mas posso dizer que estou extremamente feliz nas actividades que desenvolvo pela AMI".
Durante a visita a este orfanato, o primeiro-ministro discursou perante crianças e funcionários desta instituição e convidados, entre os quais membros da comunidade luso-descendente que vieram propositadamente de outra parte da ilha, e deixou um elogio directo ao presidente da AMI.
"É um orgulho para Portugal poder contar com a acção dedicada do professor doutor Fernando Nobre, que desempenha um papel inestimável ao serviço dos mais elevados princípios de solidariedade e de humanidade. É um digníssimo representante do nosso país no estrangeiro", disse, concluindo: "A minha presença aqui pretende também testemunhar o elevado apreço em que temos a sua missão".
Lusa/SOL