O escritor hispano-peruano falava na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, depois de ter recebido o grau de Doutor Honoris Causa daquela instituição, apadrinhado por Francisco Pinto Balsemão, presidente do conselho geral da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, e proposto pelo poeta e catedrático Nuno Júdice, que fez o elogio académico.
"A literatura é um prazer, mas se for apenas isso, provavelmente empobrecia na sociedade algo de que depende, na sua essência, o progresso humano, que é o espírito crítico", afirmou Llosa.
"Nada nos ensina melhor que um livro", sublinhou.
Vargas Llosa afirmou que é de um tempo em que os escritores acreditavam na literatura como "arma eficaz para combater as injustiças, em que as palavras eram armas, como escreveu Jean-Paul Sartre, e com elas se podia influenciar a história e, como escreveu Arthur Rimbaud, mudar a vida".
Uma perspectiva de compromisso que parece "não interessar especialmente aos escritores mais jovens", a quem chama "pretensiosos", e para quem a literatura "é sobretudo uma forma de entretimento superior, porque é feita de sensibilidade e estimula a imaginação e, de alguma maneira, educa as pessoas".
Llosa afirmou que acredita que a literatura deve "combater eficazmente os demónios e os males que grassam numa sociedade".
Lusa/SOL