Segundo a Associação, a sessão pretende debater "a construção de um programa que impeça o desmantelamento do Estado Social e de uma plataforma política disposta a participar na governação".
Fundada pelo falecido Miguel Portas, esta Associação é presidida actualmente por Ana Drago e tem como membros cidadãos filiados em diferentes partidos políticos e independentes, tais como Daniel Oliveira (independente), Rui Tavares (Livre), Margarida Santos (BE) ou Miguel Vale de Almeida (ex-deputado do PS), entre outros.
O Fórum Manifesto sucedeu à Política XXI, uma das correntes fundadoras do BE (a par do PSR e da UDP), partido do qual se desvinculou no passado dia 12 de Julho.
A corrente decidiu nessa data, em assembleia geral, e por larga maioria, desvincular-se do Bloco de Esquerda e contribuir para "novas plataformas políticas abrangentes".
Para justificar a decisão de ruptura com o Bloco de Esquerda a corrente Manifesto salientou que "as derrotas consecutivas que o Bloco acumulou nos últimos anos, e que o conduziram à magra expressão eleitoral obtida nas últimas eleições europeias, não são um reflexo de factores externos", mas resultado "da acumulação de erros não corrigidos, inscritos numa orientação política que divorciou crescentemente o BE do seu potencial eleitorado".
"Perante a opinião pública, o Bloco vincou, ao longo dos últimos anos, a imagem de um partido cada vez mais virado sobre si próprio, indisponível para o diálogo e para a convergência com outras forças políticas à esquerda; centrado no protesto, e por isso indisponível para estabelecer compromissos efectivos de governação", referiu a resolução aprovada este mês.
Na sequência desta decisão, Ana Drago anunciou um dia depois a sua demissão do Bloco e a renúncia ao lugar de deputada da Assembleia Municipal de Lisboa, alegando divergências sobretudo no processo de convergências políticas.
Em entrevista à agência Lusa, Ana Drago afirmou que os membros da Associação Fórum Manifesto concluíram que dentro do Bloco de Esquerda já não era possível fazer um processo de criação de alianças e de convergências, tendo em vista compromissos políticos que permitam designadamente salvaguardar aspectos determinantes do Estado social.
Lusa/SOL