"Esta greve de 24 horas é um cartão vermelho ao accionista, que não recebe os sindicatos para discutir a situação, e à empresa, pela sua total desresponsabilização", disse à agência Lusa o presidente do sindicato dos pilotos, Jaime Prieto.
De acordo com o sindicalista, a administração da TAP tem deixado sair os seus quadros sem fazer nada, tem contratado companhias externas que não asseguram a qualidade da transportadora nacional e nada tem feito para contrariar o descontentamento dos seus trabalhadores.
"Há 5 anos que a empresa tem apresentado resultados positivos mas as condições de trabalho tem-se agravado, o que leva a um grande descontentamento dos trabalhadores", disse Jaime Prieto.
O sindicalista adiantou ainda que o objectivo da greve de 24 horas é forçar o diálogo para "apurar o que se pode fazer" pela empresa e "apurar responsabilidades".
Os pilotos da TAP, associados no Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), reuniram-se em Assembleia Geral para analisar a situação na empresa e deliberarem a convocação de uma greve.
O presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil, Jaime Prieto considerou hoje de manhã que as compensações pelo trabalho extraordinário anunciadas pela TAP "são remendos para males maiores".
O presidente da TAP, Fernando Pinto, anunciou quinta-feira, numa circular enviada aos trabalhadores, a decisão de adoptar "medidas excepcionais" para compensar os funcionários pelo trabalho extraordinário realizado desde 1 de Junho a fim de minimizar o impacto das perturbações na companhia junto dos passageiros.
Em declarações à Lusa, Jaime Prieto salientou que as medidas anunciadas pela TAP "são remendos para males maiores", uma vez que a companhia aérea está com "problemas estruturais profundos".
"As medidas que a TAP está a levar a cabo não se coadunam com aquilo que é o mercado concorrencial e extremamente competitivo em que [a companhia aérea] está inserida. Em 30 anos nunca vimos sair um piloto. Em dois anos e meio saíram 37", disse, acrescentando que a situação da manutenção "ainda está pior" que a área da pilotagem.
De acordo com Jaime Prieto, a área da manutenção está num descalabro operacional, sem efectivos.
Na opinião de Jaime Prieto, o conselho de administração da TAP está a querer vender e aumentar a sua rede comercial de uma maneira "desmesurada".
Lusa/SOL