Foi assim naturalmente quando os grandes DJs começaram a despontar e a fazer a diferença, com as discotecas dos países periféricos como o nosso a seguirem a tendência.
Passou depois para as festas temáticas. A excentricidade do Studio 54, emblemático espaço nova-iorquino, foi copiada e é ainda hoje referência, com as decorações a recriarem ambientes tão díspares como o árabe, a máfia ou, passados uns anos, os afamados filmes do agente secreto James Bond – 007. Por cá recriámos as Flower Power, as festas espanholas e as tão requisitadas cores, com a Festa Branca à cabeça.
Com a concorrência a aumentar nos faustosos anos 90 foi preciso desenvolver novas formas de atrair clientes e foi assim, sobretudo em Ibiza, que começou a febre dos promotores, que mais não eram que party people e líderes de grupos conhecidos que eram remunerados à comissão por trazerem os seus amigos para as festas ou tão-só meninas giras e pouco vestidas que desafiavam os clientes logo no aeroporto ou nas praias com carros alusivos e pulseiras com a marca do espaço que promoviam. Nós demos-lhes o nome de relações públicas, por ser mais ‘pomposo’ e porque já se sabe: a sociedade virou seguidora de rótulos…
Ao mesmo tempo, e com a galopante globalização, a informação começou a chegar a todo o lado ao minuto, o que permitiu que as pessoas mais dadas ao mediatismo pudessem seguir as suas estrelas preferidas, o que faziam, onde comiam, com quem casavam e por que se separavam. Tornou-se então negócio para a noite pagar a essas pessoas para visitarem o seu espaço a troco de cachets chorudos. As mesmas pessoas de dia frequentavam casamentos de gente que não conheciam e à noite iam a jantares de empresas das quais nunca tinham ouvido falar.
Em Portugal decidimos criar personagens conhecidas e logo apareceu o Big Brother e outros. Mesmo depois de os programas acabarem, os novos ‘famosos’ faziam as delícias dos mais curiosos marcando presença em tudo o que era danceteria na terrinha (sem desprimor).
Agora que essas mesmas presenças perderam o interesse a aposta virou mais forte, veio para ficar o investimento em figuras internacionais. Julio Iglesias, Robert de Niro e Deborah Secco já o haviam feito. O ano passado tivemos o prazer de ver a ‘jovem’ Pamela Anderson e este ano teremos ao vivo a badalada Paris Hilton.
O negócio muitas vezes não se compadece com sentimentalismos, bem sei, mas eu continuo a privilegiar os espaços que apostam na música, no décor e no serviço. Respeito no entanto as opções de cada um e a forma de rentabilizarem os seus espaços.
Sugestões
l Espaço: Café de la Musique
(Floripa, Brasil)
Músicas:
l The Diary of a Studio 54 DJ
(original club mix) – Mark Knight
l I Got U (feat. Jax Jones ) – Duke Dumont