Poiares Maduro defende competitividade assente em recursos locais

O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Poiares Maduro, defendeu hoje que só uma competitividade que parta da valorização dos recursos de cada território pode combater a existência de um país “que funcione a diferentes velocidades”.

Poiares Maduro defende competitividade assente em recursos locais

O governante falava no final da inauguração da Rota do Pastel de Vouzela, no âmbito do quinto Roteiro pelos Territórios de Baixa Densidade, que hoje termina.

Na sua opinião, aproveitar o pastel de Vouzela – que é confeccionado há quase 200 anos nesta vila do distrito de Viseu – para promover uma rota é um exemplo do que pode ser feito a nível local para criar mais riqueza, actividade económica e emprego.

Com iniciativas como esta, Poiares Maduro acredita ser possível "combater um processo de décadas de perda de relevância, de perda de desenvolvimento económico e social" de partes de Portugal, "em particular no interior e nos territórios de baixa densidade".

O governante referiu que, no próximo quadro de fundos europeus, haverá uma forte aposta na competitividade da economia. 

"Para que essa competitividade esteja associada à coesão territorial, à coesão social e seja realmente vencedora, ela tem que partir do território. Um país que ignora o potencial que existe em recursos de certas partes do seu território nunca conseguirá ser verdadeiramente competitivo", frisou.

Segundo o ministro, isso poderá ser feito pegando num produto tradicional como o pastel de Vouzela e criando "novas áreas de negócio, de actividade económica".

"Esta rota parece-me uma iniciativa particularmente louvável e o tipo de iniciativas que temos de apoiar em termos dessa competitividade assente no território", sublinhou, considerando que "coloca em relação várias áreas de actividade económica existentes no território".

No seu entender, "quanto mais global é o mundo, mais importante é o local". 

"Para nós conseguirmos ser competitivos no mundo global, temos que partir daquilo que nos diferencia, que são os recursos naturais. É a partir daí que temos de gerar a nossa competitividade", afirmou.

Poiares Maduro explicou que "quanto mais a actividade económica estiver em relação com os recursos do território, mais ela será vencedora", porque "será diferenciadora nesse mundo global e mais resistente ao fenómeno da deslocalização".

Lusa/SOL