"Desde administração, auditores e entidades reguladoras, é fundamental que sejam apurados e julgados todos os culpados neste processo em sede própria, civil ou criminal", defende a Associação para a Defesa do Consumidor.
Segundo refere a nota, "perante a falência técnica inesperada de um dos maiores bancos portugueses, a Deco exige que sejam apurados todos os responsáveis e que estes sejam levados à justiça".
Considerando que o BES efectuou um aumento de capital de mil milhões de euros há cerca de um mês, "é de estranhar que ninguém se tenha apercebido da gravidade da situação", salienta a Deco, acrescentando que "é também de estranhar que, há quatro dias apenas, as contas apresentadas mostrassem uma situação longe da falência técnica".
A Associação para a Defesa do Consumidor também não se conforma com o facto de não estar prevista qualquer solução para os pequenos accionistas, sobretudo aqueles que investiram no recente aumento de capital, e que vão perder todo o dinheiro investido.
"Em grande parte, confiaram na garantia do Ministério das Finanças, da Presidência da República e do próprio Banco de Portugal de que a situação do BES não era tão gravosa quanto a que se veio a verificar", destaca a Deco.
No entender da associação, "a solução agora apresentada retira totalmente aos acionistas o que ainda restava de bom daquele banco, pelo que compete ao supervisor e ao Ministério das Finanças encontrar uma solução para estes consumidores".
A DECO pede ainda um esclarecimento sobre o que irá acontecer aos títulos de dívida emitidos por empresas do grupo Espírito Santo, vendidos aos balcões do BES.
O BES, tal como era conhecido, acabou este fim-de-semana depois de o Banco de Portugal (BdP) ter anunciado a sua separação num 'banco bom', denominado Novo Banco, e num 'banco mau' ('bad bank').
O Novo Banco fica com os activos bons que pertenciam ao BES, como depósitos e créditos bons, e recebe uma capitalização de 4.900 milhões de euros enquanto o 'bad bank' ficará com os activos tóxicos.
Lusa/SOL