O líder da operadora tem estado sob fogo nas últimas semanas devido ao investimento de 900 milhões de euros em dívida da Rioforte, empresa do GES que pediu insolvência.
Na carta de renúncia apresentada esta quinta-feira ao Conselho de Administração, citada pelo Negócios, Henrique Granadeiro explica que não se demitiu antes porque considerava ser seu dever "salvar o projecto de fusão e garantir as condições de igualdade na condução da futura empresa resultante da integração".
"Com a aprovação pelo conselho de administração dos documentos a submeter à deliberação dos accionistas que asseguram esses objectivos, considero cumprido esse dever e por isso renunciei sem condições aos cargos que exercia na Portugal Telecom", acrescenta no mesmo documento.
O gestor garantiu ter ficado “surpreendido” com a situação de incumprimento do BES para com a PT. “Convivo bem com os meus actos, mas não com os encargos e responsabilidades de outros”. E a auditoria que está a ser realizada na PT às aplicações “evidenciará os processos e as causas do incidente e demonstrará que sempre agi no melhor interesse da PT”, conclui.
Em comunicado enviado à CMVM o Conselho de Administração confirma o pedido de demissão de Granadeiro, e sublinha que em relação às aplicações de tesouraria na Rio Forte “nem o Conselho de Administração nem a Comissão Executiva da PT aprovaram ou discutiram, antes das notícias veiculadas na comunicação social no final de Junho, essas aplicações”.
O Conselho de Administração mandatou ainda a PriceWaterhouseCoopers para analisar “de forma independente os procedimentos e actos relativos a este assunto até à data e realizar uma análise abrangente de todos os aspectos relevantes relacionados com as aplicações de tesouraria em entidades do Grupo Espírito Santo”.