Esta segunda edição do PEPM expande as possibilidades dadas aos concorrentes para contarem a sua história. Os novos arquitectos podem agora usar qualquer suporte como meio de expressão: vídeo, desenho/BD, fotografia, prosa ou outro.
Na edição anterior concorreram 18 arquitectos e este ano espera-se mais participação, sobretudo quando, em 2013, 415 estudantes estavam em estágio. De acordo com dados fornecidos pela Ordem dos Arquitectos Secção Regional Sul, desde 2009 que o número de estagiários no país tem descido (514 em 2009, 463 em 2010, 422 em 2011 e 352 em 2012). Quanto aos estudantes que fazem o estágio no estrangeiro, são cerca de 50. E o número de mulheres é sempre superior ao de homens.
Os estágios são muitas contestados em vários sectores pela 'exploração' feita. O arquitecto Paulo Tormenta Pinto, presidente do CRAS, revela ao SOL que também na arquitectura pode acontecer, mas por vezes a dificuldade é verificar alguma precariedade neste vínculo contratual e “não há mecanismos que possam controlar”. Contudo, acredita que nesta profissão é difícil abusar do trabalho do estagiário, devido ao grande nível de responsabilidade e ao tempo de maturação.
Mercado não absorve todos os estudantes
Neste momento, as maiores dificuldades resultam na absorção de todos os alunos de arquitectura. A crise tem consequências directas na profissão e nos gabinetes de arquitectura. Vários têm fechado e a opção de muitos arquitectos tem sido a saída para o estrangeiro. Ao nível dos estágios existem programas de apoio a estagiários fora de Portugal.
Na verdade, para Paulo Tormenta Pinto, o PEPM existe também para perceber e conhecer melhor o percurso dos estagiários, compreender as suas angústias e expectativas e acompanhá-los no final da formação académica. “Como é um período transitório, queríamos que em vez do lado burocrático tivéssemos uma aproximação maior aos jovens arquitectos”, diz o responsável.
O período para envio das candidaturas decorre até 15 de Outubro. O júri do Prémio é composto pelo arquitecto Telmo Cruz, o cineasta João Salaviza e o escritor Gonçalo M. Tavares. Tal como no ano passado, também este ano serão distinguidas cinco candidaturas, com base em critérios de “excelência e clareza da proposta enquanto esforço criativo”, bem como o “espírito crítico e capacidade de comunicação”. O prémio é de 500 euros.
As propostas premiadas serão ainda integradas numa exposição dos trabalhos a concurso ao PEPM, a ter lugar na Galeria da OASRS, sendo os autores convidados a apresentarem a sua história também em registo de conferência na Ordem dos Arquitectos.