O representante, que falava aos jornalistas no aeroporto de Lisboa, disse que se confirmam as expectativas avançadas na sexta-feira pela empresa, tendo sido cancelados 36 voos previstos para hoje, dia de greve de pilotos. Os voos restantes são assegurados com recurso às ligações da Portugália e ao fretamento de aviões de outras companhias aéreas.
"A TAP conseguiu que 25 mil passageiros dos 42 mil que tinham voos agendados para hoje tivessem os voos alterados para datas alternativas e temos cerca de 17 a 18 mil passageiros que têm voos para hoje", afirmou André Serpa Soares, acrescentando que, dos 350 voos inicialmente agendados para hoje, "200 devem ser realizados".
Cerca das 08h00 estavam sensivelmente 100 pessoas na fila do balcão de informação da TAP no aeroporto de Lisboa, constatou a Lusa no local, e, questionado sobre a situação destes passageiros, o porta-voz da transportadora considerou que não se trata de um número significativo.
"Tínhamos 42 mil passageiros reservados para hoje, vi ali cerca de 100 pessoas. Cem pessoas em 42 mil não me parece um número que mereça grande relevo", afirmou André Serpa Soares, reiterando que a TAP comunicou "através de todos os canais que tem disponíveis e conseguiu falar com a maioria dos seus clientes".
Em relação aos motivos que levaram o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) a convocar esta greve, o responsável da empresa lamentou a realização do protesto e considerou que assenta em "fundamentos dificilmente compreensíveis".
"Estamos a falar de motivos muito difusos e pouco compreensíveis. Muito pouco do que tem sido dito pelo sindicato está nas mãos da TAP resolver", disse André Serpa Soares, sublinhando que "não há resposta possível a dar" porque "não há nenhuma reivindicação que possa ser satisfeita" e referindo que se trata de "questões subjectivas que não são compreensíveis."
Os pilotos da TAP cumprem hoje um dia de greve contra o agravamento das condições de trabalho e para obrigar o accionista Estado a receber os sindicatos para se discutir a situação da empresa.
A greve, convocada pelo SPAC, teve início às 00h00 de hoje e prolonga-se até às 23h59. O presidente do sindicato, Jaime Prieto, tinha dito anteriormente à Lusa que "não restava outra opção" para evitar outro verão "vergonhoso", numa alusão ao cancelamento de muitos voos da companhia.
Lusa/SOL