Referindo que o crescimento registado durante os três primeiros meses do ano foi "significativamente maior" do que no último trimestre de 2013, o BM indica que o sector secundário (11,5%) foi o que mais cresceu, seguido do terciário (8%) e do primário (6,2%).
No documento "Atualização Económica de Moçambique", a organização financeira refere que o défice da conta corrente do país era de 1.100 milhões de dólares no final de Março, representando uma redução de cerca de 200 milhões de dólares face ao período homólogo.
O BM assinala uma redução no valor das exportações de cerca de 100 milhões de dólares, comparativamente a 2013, que poderá estar associada à desvalorização do preço do carvão nos mercados internacionais, e que foi acompanhada por uma queda nas exportações de alumínio, açúcar e outros bens.
As reservas líquidas de divisas, apesar de terem registado uma queda no início do ano, estavam fixadas em 3,2 mil milhões de dólares no mês de Junho, adianta o BM, que destaca positivamente um aumento nas coletas fiscais do Estado, que se situaram em cerca de 1.051 milhões de dólares, durante o primeiro trimestre.
A inflação, indica ainda a instituição financeira, manteve-se baixa situando-se em 2,46%, no final do primeiro semestre.
Embora preveja que o crescimento do produto interno bruto do país em 2014 se vai sobrepor à média dos países da região da África subsariana, sem, no entanto, indicar a taxa de expansão que perspetiva, o BM considera que a economia moçambicana "permanece vulnerável a riscos externos, especialmente os relacionados com os preços dos bens".
"Um declínio nos preços dos metais e da energia pode afetar o crescimento moçambicano, assim como causar impactos nos investimentos no país", alerta o BM.
No documento, a instituição financeira faz ainda eco da recomendação do Fundo Monetário Internacional relativa à perspectiva macroeconómica do país, "que continua estável", mas com "desafios" inerentes à sustentabilidade orçamental e da dívida, atendendo à "orientação expansionista", verificada no atual Orçamento do Estado.
A crise político-militar provocada por diferendos entre a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o maior partido da oposição, e o Governo moçambicano, que um recente acordo negocial entre as partes parece apontar para um fim, merece também uma chamada de atenção do BM, que refere uma queda de 140 milhões de dólares em investimentos devido aos conflitos militares da região centro, assim como perdas no setor do turismo de pelo menos 10 milhões de dólares.
Lusa / SOL