Para justificar a ausência, o governante alega que, “constitucionalmente, o Governo Regional não participa em sessões da Assembleia Municipal” – um argumento que nunca foi invocado enquanto a autarquia do Funchal foi, ao longo de mais de 35 anos, liderada pelo PSD.
Em anos anteriores, Jardim interrompia por duas vezes as férias de Agosto, em Porto Santo, para se deslocar à Madeira: uma para participar na festa da padroeira da ilha (Nª. Sr.ª do Monte, a 15 de Agosto) e outra para participar na sessão solene do dia do Funchal.
Recorde-se que, na sequência das eleições autárquicas do ano passado, a Câmara é governada por uma coligação de partidos da oposição, liderada pelo independente Paulo Cafôfo.
Jardim alega ainda que não foi convidado quer pelo presidente da Câmara quer pelo presidente da Assembleia Municipal, Rodrigo Trancoso (BE), mas pelo Município e que também não o informaram que tipo de participação teria na cerimónia. “O que me disseram foi que vai haver uma sessão da Assembleia Municipal, embora com um regimento especial devido à solenidade do dia, em que vão falar todos os partidos representados na Câmara. Constitucionalmente, o Governo Regional não participa em sessões da Assembleia Municipal e não vou fazer figura de corpo presente e ouvir as rafeiradas do costume”, declarou Jardim ao Jornal da Madeira.
O presidente da Assembleia Municipal do Funchal, Rodrigo Trancoso, já lamentou a ausência do líder do governo regional no dia do concelho. E assegurou que todos os convites para a cerimónia, por ser uma organização conjunta da Assembelia e da Câmara, foram feitos em nome do Município.
O regimento da sessão solene, ao contrário de anos anteriores, diz que a cerimónia irá decorrer ao ar livre, no Largo do Município, e contempla, pela primeira vez, a possibilidade de todos os partidos com assento na Assembleia Municipal terem direito a intervenção.
É mais uma inovação da equipa liderada por Paulo Cafôfo – que, recorde-se, também marcou a diferença ao assinalar pela primeira vez o 25 de Abril.