Num artigo publicado no Sunday Telegraph e assinado pelo próprio, David Cameron argumenta que é necessária “uma resposta securitária firme” para evitar que o Estado Islâmico ataque cidadãos “nas ruas britânicas”.
“Uma verdadeira segurança só será alcançada se usarmos todos os nossos recursos – ajuda, diplomacia, o nosso poder militar – para conseguir um mundo mais estável. Se nada fizermos para deter o avanço deste excepcionalmente perigoso movimento terrorista, este só irá crescer e fortalecer-se até poder ameaçar-nos nas ruas britânicas”, escreve.
O Estado Islâmico, anteriormente designado por ISIS ou ISIL (Estado Islâmico do Iraque e do Levante, na sigla inglesa), ocupa neste momento uma vasta área do Iraque e da Síria, tendo proclamado um “califado” a 29 de Junho.
O grupo, que tem raízes na filial iraquiana da al-Qaeda, com quem rompeu, cresceu com a luta contra o regime sírio de Bashar al-Assad. Conta com combatentes provenientes de várias zonas do globo, incluindo muçulmanos oriundos da Europa, e defende uma interpretação radical do Corão. Terá executado milhares de civis até ao momento, sobretudo membros de minorias religiosas, e provocou a fuga de mais de um milhão de iraquianos. Tem divulgado vídeos de decapitações e fuzilamentos nas redes sociais, adensando o terror de quem vive na região.
Neste momento, e depois de ter tomado a segunda maior cidade do Iraque, Mossul, o grupo extremista controla uma importante barragem. As forças autónomas curdas, apoiadas pela força aérea norte-americana, tentam reconquistar aquela estrutura. O receio é de que os radicais tentem detonar a barragem, provocando uma catástrofe de dimensões imprevisíveis.
Também este sábado chegou a notícia de um novo massacre de civis – pelo menos 700 membros de uma tribo terão sido assassinados pelo Estado Islâmico na fronteira sírio-iraquiana.