Governo está a ‘ultimar’ novo orçamento rectificativo

O Governo está a “ultimar” um novo orçamento rectificativo que espera poder aprovar na próxima semana, revelou hoje o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Luís Marques Guedes.

Governo está a ‘ultimar’ novo orçamento rectificativo

O executivo, declarou o governante no 'briefing' que se seguiu ao Conselho de Ministros de hoje, "está de facto a ultimar um orçamento rectificativo" que espera poder aprovar na próxima semana e que se segue a chumbos recentes do Tribunal Constitucional (TC).

O jornal digital Observador tinha avançado na quarta-feira que o Governo se preparava para avançar com o segundo orçamento rectificativo do ano na próxima semana, informação que Marques Guedes hoje confirmou, embora escusando-se a entrar em detalhes sobre eventuais medidas que venham a integrar o rectificativo.

Marques Guedes adiantou contudo que o Governo "já sinalizou à mesa da Assembleia da República" que gostaria que da comissão permanente de hoje resultasse, na marcação do plenário extraordinário, a discussão e aprovação do rectificativo "que o Governo conta durante a próxima semana enviar para a AR".

O Governo, advogou ainda o ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, já tinha anunciado a necessidade de voltar a alterar o Orçamento do Estado para 2014, quando, em maio, o TC chumbou três normas do documento.

No entanto, acrescentou Marques Guedes, o Governo não avançou então com um rectificativo porque quis "estabilizar em definitivo" os mecanismos de substituição "com que poderia contar" para substituir as medidas declaradas inconstitucionais.

Há uma semana, o Tribunal Constitucional declarou constitucional a norma que estabelece os cortes salariais no sector público nos anos de 2014 e 2015 e pronunciou-se pela inconstitucionalidade das reduções nos anos de 2016 a 2018.

A fiscalização preventiva da constitucionalidade dos dois artigos do diploma sobre os cortes salariais (que reintroduz os cortes entre 3,5% e 10% nos salários do sector público acima dos 1.500 euros) tinha sido requerida pelo Presidente da República no final de Julho.

No diploma que criava a contribuição de sustentabilidade (a solução definitiva que substituiria a Contribuição Extraordinária de Solidariedade), o Tribunal Constitucional declarou inconstitucionais a norma que definia o seu âmbito de aplicação e a norma relativa à sua fórmula de cálculo, por "violação do princípio da protecção de confiança".

O Presidente da República tinha igualmente solicitado a fiscalização preventiva da constitucionalidade da norma relativa à nova fórmula de actualização anual de pensões, mas os juízes do 'Palácio Ratton' consideraram que o pedido de fiscalização não era "suficientemente explícito" quanto às razões que justificam a sua apreciação, não se tendo por isso pronunciado sobre o mesmo.

Lusa/SOL