“A Síria está pronta para a cooperação quer a nível regional quer internacional no combate ao terrorismo e também para aplicar a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, afirmou Muallem, esta segunda-feira.
“O sucesso do Estado Islâmico (EI) está a aproximar velhos rivais para uma aliança”, afirmou o repórter da Aljazeera destacado no Líbano, Rula Amin, referindo-se às aproximações bilaterais dos EUA com alguns países do Médio Oriente, com os quais têm relações de atrito.
Em Março de 2011, no início da guerra civil síria, Barack Obama declarou: "O futuro da Síria deve ser determinado pelo seu povo, mas o Presidente Bashar al-Assad está à frente do caminho. Os seus apelos ao diálogo são ocos porque ele tortura, prende e mata o seu próprio povo. Chegou o momento para o presidente Assad se afastar".
Também então David Cameron, Nicolas Sarkozy e Angela Merkel emitiram uma declaração conjunta.“Assad perdeu toda a legitimidade e não pode liderar o país. Apelamos que enfrente a realidade e se afaste, para o interesse da Síria e da unidade do seu povo.”
O Conselho de Segurança da ONU aprovou, no dia 21 de Agosto, uma resolução que se destina a enfraquecer os grupos armados no Iraque e na Síria. A resolução é direccionada tanto ao grupo Estado Islâmico e à Frente al-Nusra, afiliada síria da al-Qaeda.
Os jihadistas do Estado Islâmico fizeram visíveis avanços nos últimos tempos em várias partes da Síria. No domingo capturaram o aeroporto da província de Raqa, cujas instalações armazenam inúmero material bélico.
Walid Muallem referiu que o seu país está disposto a colaborar com os EUA e com o Reino Unido mas advertiu que “qualquer violação da soberania da Síria é um acto de agressão ".
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, nesta segunda-feira, apelou aos Governos ocidentais que superem a sua aversão por Assad e se envolvam, com ele, na luta contra o EI. "Creio que os políticos ocidentais já estão a perceber a crescente e rápida disseminação da ameaça do terrorismo", disse Sergei Lavrov, referindo-se ao Estado Islâmico.
A Rússia tem sido o principal defensor internacional de Assad na guerra civil que eclodiu em Março de 2011, em que o Ocidente, assim como muitos países do Golfo Pérsico e árabes, apoiaram os rebeldes sírios que tencionavam derrubá-lo do poder.
O Ocidente terá que “escolher o que é mais importante: se a mudança de regime para satisfazer antipatias pessoais, arriscando deterioração da situação, ou encontrar formas pragmáticas de unir esforços contra uma ameaça comum", concluiu o primeiro-ministro russo.