Só no domingo morreram 170 soldados, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres. Os combates começaram na terça-feira e o OSDH anunciou que 541 soldados morreram e do lado do grupo extremista sunita foram 346 militantes, em seis dias de confrontos.
A base aérea de Raqa é uma das instalações militares mais importantes do governo na área, com vários aviões de guerra, helicópteros, tanques, artilharia e munições, segundo a Aljazeera. Apesar de as tropas sírias ainda não terem desistido da recaptura da base, o que é certo é que a sua missão afigura-se bastante complicada, com o Estado Islâmico a não mostrar qualquer vontade de ceder.
"A maior parte das forças do regime retirou-se do aeroporto”, afirmou o director do OSDH, Rami Abdel Rahman.
Este era o último bastião do exército em Raqa, depois da derrota da Brigada 93 e da Divisão 17.Os jihadistas mataram dezenas de soldados, muitos dos quais foram degolados.
Além de Raqa, o EI controla grande parte da província de Aleppo, norte, Deir Ezzor no leste e também partes de Hassaka, nordeste.
O grupo extremista detém, entre a Síria e o Iraque, uma área praticamente idêntica ao território da Grã-Bretanha. No Iraque, os jihadistas controlam cinco províncias, incluindo a segunda maior cidade do país, Mossul.
A guerra civil na Síria começou em Março de 2011, com combates entre os rebeldes e as forças do regime. Com a anarquia instalada no país, o até então autoproclamado Estado Islâmico do Iraque e do Levante – agora só Estado Islâmico – conseguiu emergir e ganhar força no meio da desorganização vigente.
O grupo inicialmente até lutou ao lado dos grupos de oposição sírios, mas os seus abusos provocaram uma reacção dos rebeldes, que os empurraram para fora do norte da Síria.
O Estado Islâmico, comandado por Abu Bakr al-Baghdadi, proclamou, no fim de Junho, nas regiões da Síria e no Iraque um califado (forma de governo que representa a unidade e liderança política do mundo islâmico. O chefe de Estado, o califa, baseia-se na noção de um sucessor à autoridade política do profeta Maomé.)
Segundo as Nações Unidas, morreram mais de 190.000 pessoas desde que começou o conflito na Síria.
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