O monárquico Pedro Quartin Graça é um dos elementos activos do Nós, Cidadãos. Mas recusa protagonismos. “É um movimento que vive do colectivo”, justifica-se, escusando-se para já a destacar nomes entre os que já apoiam aquele que quer ser um novo partido.
Sem porta-voz, o movimento assume-se como “moderado” e congrega “sobretudo pessoas da área da social-democracia”, mas recusa situar-se à esquerda ou à direita. “Há posições que alguns dirão que são mais de direita e que outros identificarão como mais à esquerda”, justifica Quartin Graça.
Responsabilizar cível e criminalmente os governantes que prejudiquem o país por actos de gestão danosa ou negligência ou os autarcas que excedam os orçamentos aprovados, penalizar os magistrados que não cumpram prazos e aliviar a carga fiscal sobre o trabalho são algumas das ideias que constam do manifesto do movimento que se começou a desenhar logo após a grande manifestação de Setembro de 2012.
“A recolha de assinaturas é um processo moroso e difícil, mas contamos que esteja concluído no próximo mês ou mês e meio”, explica ao SOL Pedro Quartin Graça, ex-militante do MPT – o partido que nas Europeias elegeu Marinho e Pinto – e hoje um dos fundadores do Nós, Cidadãos.
Nas ruas, a principal dificuldade tem sido “a desconfiança das pessoas em relação a qualquer processo político”, que faz com que “tenham medo de preencher formulários e assinar papéis sem perceber bem o que é”.
Mas nas redes sociais, a adesão tem sido grande. “Num grupo temos 14 mil pessoas e na página oficial no Facebook temos mais de quatro mil seguidores”, conta Quartin Graça, explicando que o Nós, Cidadãos está presente “no Continente, Açores e Madeira e tem já núcleos de apoio nos círculos da emigração”.
De resto, Pedro Quartin Graça assegura que todos os materiais que estão a ser usados na campanha de criação do novo partido são pagos “do bolso das pessoas mobilizadas para a tarefa”, não havendo “qualquer outro financiamento”.