Gabirus…

O final de noite é, sem qualquer espécie de dúvidas, dos momentos mais perigosos que os jovens veraneantes passam no Algarve. Seja pela tenra idade, pelo grau de alcoolemia ou de outras substâncias inebriantes, é um facto que, se cambalear, regra geral vai na direcção errada, já que colide com alguém que anda à procura…

Numa das poucas noites que saí, se compararmos com outros anos, assisti a um rapaz na casa dos 20 anos ser empurrado por um namorado mais ciumento, que fez com que o pobre desgraçado tocasse num mangas tipicamente algarvio (se fosse em Lisboa seria num lisboeta!).

O azarado bem pediu, dentro do possível, desculpa ao ‘campeão’ lá da rua, mas o homem mostrava-se intransigente e queria desforrar-se daquele encontrão. Enquanto empurrava o pobre diabo, e como se não fosse já uma luta verdadeiramente desigual, tais os bíceps que ostentava, aproximaram-se mais uns tantos amigos que queriam, provavelmente, linchar o pobre diabo que tinha dificuldade em manter-se de pé. Eis que, de repente, aparece um segurança que tenta acabar pacificamente com o episódio, lembrando ao grupo de fortalhões que o rapaz já tinha pedido desculpa por lhes ter tocado sem querer.

O líder do grupo achou que estava a jogar completamente em casa e ‘cresceu’ para o segurança, altura em que este puxou dos galões e lhe fez ver que podia magoar-se com tanta confiança. Depois de uns gritos e de uns olhares mais fortes, o tal atrevido e os seus amigos acabaram por ser acompanhados à porta, sem que alguém lhes tivesse feito mal. E não é que, nessa altura, o destemido arruaceiro começou a falar em apelidos, nomeadamente do seu pai? Com medo que lhe fizessem o que queria fazer ao pobre miúdo, acabou por sair pela porta dos fundos, utilizando uma linguagem tauromáquica.

Para mim continua a ser um verdadeiro mistério como há tão poucos relatos de agressões violentas no Verão algarvio. É que muitos jovens bebem até à exaustão e perdem a noção do perigo. E nas discotecas mais badaladas andam sempre uns tantos gabirus que procuram desacatos ou raparigas embriagadas que se tornem presas fáceis. Claro que este é o lado negro da noite. Para a semana falo do lado positivo, que é o que a maioria procura, como é óbvio.