“Denunciámos a situação à Águas do Ribatejo já em 2013, mas a empresa sempre nos disse desconhecer a origem do problema e garantiu que a água é própria para consumo humano”, contou ao SOL Francisco Reis, morador da zona.
A solução encontrada pela Águas do Ribatejo – efectuar descargas de água durante cerca de 30 minutos várias vezes por semana –, foi sempre temporária, apenas resolvendo o problema nas horas seguintes a serem feitas, continua o morador: “Sobretudo à noite e de manhã, a água voltava a sair com areia, por isso, não podíamos bebê-la ou cozinhar”.
Guilhermina Colaço, vizinha de Francisco, queixa-se do mesmo: “Tenho de utilizar água engarrafada para lavar os legumes, e outros produtos frescos”, relata, lamentando o facto de “ter de comprar garrafões de água no supermercado” quando já é abastecida por água da rede.
Na semana passada, e após sucessivas queixas dos moradores à empresa, à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos e à Deco, a Águas do Ribatejo anunciou, finalmente, um investimento extraordinário de 100 mil euros num novo furo e em equipamento de captação de água.
Na origem do problema, admitiu ao SOL fonte oficial da empresa, esteve o “assoreamento [acumulação de areias] de um dos furos de captação na Central de Águas de Almeirim, devido a obras realizadas há dois anos”. A mesma fonte assegurou que o furo em causa já foi selado e que o abastecimento de água à rua é garantido por outro.
Se no caso da areia – que entretanto deixou de correr nas torneiras – é devida às “condições hidráulicas existentes no local”, explica a Águas do Ribatejo, os filamentos brilhantes são “sílica”, “um componente da areia inócuo para a saúde”.
Os moradores, por seu lado, continuam com dúvidas em relação à qualidade da água que sai das suas torneiras que continua com “filamentos brilhantes” e preparam-se para pedir uma análise à água a um laboratório independente – um custo coberto pela autarquia de Almeirim.