BES: Comissão de inquérito votada dia 19

A conferência de líderes parlamentares agendou hoje para dia 19 de Setembro a discussão e votação de uma comissão de inquérito sobre o processo do BES, proposta pelo PCP, tendo PSD e CDS-PP anunciado que viabilizarão a sua constituição.

BES: Comissão de inquérito votada dia 19

A criação de uma comissão de inquérito obteve a concordância de todos os partidos com assento parlamentar e deverá avançar após a conclusão da comissão de inquérito à compra de material militar.

O PCP entregou hoje no parlamento o texto com o objecto da comissão de inquérito "à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo, ao processo que conduziu à aplicação da medida de resolução e às suas consequências, nomeadamente quanto aos desenvolvimentos e opções relativos ao GES, ao BES e ao Novo Banco".

"Sem nenhuma restrição iremos analisar todo o conteúdo do projecto e iremos tomar uma posição, sendo certo que dessa posição sairá seguramente a viabilização do inquérito parlamentar", afirmou o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, aos jornalistas, à saída da conferência de líderes.

O presidente da bancada do CDS-PP, Nuno Magalhães, disse que "tendo a comissão de inquérito em relação aos equipamentos militares um prazo de finalização dos seus trabalhos para dia 20, estão reunidas as condições para que desde logo e depois da sua aprovação [a comissão do BES] possa começar as suas diligências".

O líder parlamentar do PS, Alberto Martins, sublinhou a importância dos esclarecimentos que podem ser produzidos pela comissão: "O que esteve em causa nesta 'debacle' do BES abala todo o sistema financeiro, abala todo o quadro de regulação e supervisão e a verdade tem que ser apurada com todas as suas consequências, para protegermos os depositantes, os accionistas, os trabalhadores, para sabermos o que se passa no sistema financeiro", disse.

O presidente da bancada do BE, Pedro Filipe Soares, sublinhou a necessidade de nada "ficar por esclarecer", nomeadamente as "escolhas determinadas pelo Banco de Portugal e pelo Governo que levaram à colocação do risco sobre o dinheiro público", mas expressou receios de que a maioria PSD/CDS-PP possa actuar como agente "branqueador", como disse ter acontecido no caso dos 'swap' e dos estaleiros navais.

Lusa/SOL