Na verdade, Sócrates surge como 'eminência parda' do acórdão. 'Nem com ele, nem sem ele' – assim se traduz a fórmula utilitária a que alguns arguidos recorreram para se defenderem e que o Tribunal, presidido por Rui Cordeiro, também seguiu para contornar a polémica ordem de destruição das escutas de conversas entre Vara e o ex-primeiro-ministro.
Estes telefonemas, recorde-se, indiciaram Sócrates e Vara em crimes de atentado contra o Estado de Direito, mas a sua validade foi rejeitada pelo então procurador-geral da República, Pinto Monteiro, e pelo ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, que as mandou destruir. Dessas intercepções, veio a descobrir-se depois que ainda restavam cópias de cinco telefonemas e 26 sms, que Noronha mandou igualmente destruir – o que o Tribunal decidiu executar só depois da leitura do acórdão. Esta segunda-feira, os CD foram destruídos com x-acto, tesoura e trituradora.
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