Alemães da Lufthansa atentos à privatização da TAP

O administrador do grupo Lufthansa, Karl Garnadt, admitiu hoje à Lusa que a transportadora aérea alemã está a seguir de perto o processo de eventual privatização da portuguesa TAP, mesmo focada ainda na reestruturação da própria empresa.

Alemães da Lufthansa atentos à privatização da TAP

"Por enquanto, estamos a monitorizar de perto o que se está a passar. Como sabe, temos uma cooperação antiga com a TAP [ambas integram a Star Alliance]", disse o presidente executivo da Lufthansa German Airlines, questionado pela Lusa, em Luanda, durante a apresentação do terceiro voo semanal entre a Alemanha e a capital angolana.

A companhia alemã tinha já admitido o interesse na privatização da TAP no processo de privatização lançado em 2012, que acabou por ser suspenso e que poderá agora ser retomado pelo Governo português.

"Mas, de momento, não há decisões tomadas, só estamos a monitorizar o que se está a passar", enfatizou Karl Garnadt, depois de revelar que a Lufthansa, apesar dos efeitos da crise económica europeia e do conflito na Ucrânia, apresentou resultados operacionais de 114 milhões de euros no primeiro semestre do ano.

"A nossa prioridade actual são os assuntos internos com que temos de lidar. Como se sabe, estamos num difícil processo de restruturação, preparando-nos para o futuro. Essa é a nossa prioridade", disse ainda o CEO da transportadora alemã.

O Governo português recusou, em Dezembro de 2012, a proposta de compra da TAP feita pelo grupo Synergy, detido pelo empresário colombiano Germán Efromovich, o único concorrente à privatização da companhia aérea nacional.

A venda está suspensa desde então e, no Orçamento do Estado para 2014, o Governo afirma que "continuará a monitorizar as condições do mercado, por forma a relançar o processo de privatização da TAP logo que estejam reunidas as condições propícias para o seu sucesso".

O ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou a 5 de Setembro que a TAP "não pode, nem deve, ser privatizada sob pressão", admitindo que existem várias "boas" manifestações de interesse na compra da empresa.

Lusa/SOL