“Não é digno”, disse António Marinho Pinto quando questionado sobre os 3.515 euros brutos auferidos actualmente pelos deputados portugueses.
“Digo-o perfeitamente. Assim como digo que aquele salário de 18 mil euros [dos eurodeputados] é obsceno, este é indigno”, declarou.
“Os órgãos de soberania em Portugal são mal remunerados, a começar no Presidente da República e a acabar nos juízes. Deveria haver essa cautela. E não há porque muitos políticos encontram formas, por vezes ilícitas, de suprirem essa deficiência”, defendeu, sugerindo que o fenómeno da corrupção está relacionado com o baixo nível salarial dos políticos.
Sobre os 4.800 euros líquidos que recebia pelo cargo de bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto disse ser um valor “digno”, mas reduzido.
“Não permite ter padrões de vida muito elevados em Lisboa”, afirmou.
Marinho Pinto é actualmente deputado ao Parlamento Europeu, eleito pelo Movimento Partido da Terra (MPT), que abandonou na semana passada. Pré-candidato às próximas legislativas, afirma contudo que permanecerá em Bruxelas se não for eleito em Portugal.
Sobre a saída do MPT, voltou a recusar fazer luz sobre o “divórcio”.