"Apresentamos o aumento gradual, para programação, do salário mínimo nacional para 540 euros em Janeiro de 2015, o aumento intercalar para 570 euros em Junho de 2015, para que, efectivamente, em Janeiro de 2016, corresponda aos 600 euros por mês. É uma proposta da mais elementar justiça", afirmou o deputado comunista Jorge Machado sobre o diploma, ainda por agendar para debate em plenário da Assembleia da República.
Para o parlamentar do PCP, "o Governo poderá ter um outro facto em mente, que é o calendário eleitoral e utilizar o aumento do salário mínimo como instrumento eleitoral".
"O Governo já está muito atrasado no cumprimento do acordo e, se é essa a perspectiva, dizemos aos portugueses que não se deixem enganar porque é o mesmo Governo que aumentou de forma significativa os impostos e contribuições que, na prática, retiraram poder de compra", continuou.
Segundo Machado, "há uma velha expressão que se usa muito no meio político: quando não se quer resolver nada, cria-se grupos de trabalho".
"O Governo fez isso com mestria. Pretende passar a ideia de que está empenhado no aumento do salário mínimo. Isso é mentira. Utilizou a desculpa da ´troika', deixou de a ter e agora usa a desculpa da concertação social e da falta de acordo, não estando empenhado nesse mesmo acordo", disse, referindo-se aos encontros entre sindicatos, patrões e executivo.
O PCP reiterou as acusações a sucessivos governos, de PS, PSD e CDS-PP, por adiarem o cumprimento do acordo obtido em sede de concertação social em 2011, que fixava o salário mínimo em 500 euros, lembrando que 72% por cento da riqueza nacional ia para salários em 1975 face aos atuais 38% e o nível de salário mínimo noutros países – 735 euros em Espanha, 638 euros na Grécia, 1.462 euros na Irlanda ou 1.921 euros no Luxemburgo, por exemplo.
Lusa/SOL