“Foram feitas afirmações extraordinariamente graves sobre o primeiro-ministro e julgo que o normal é que o primeiro-ministro as esclareça”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas, à margem de uma visita ao Conservatório de Música de Coimbra.
A revista Sábado noticiou, na quinta-feira, que a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, recebeu este ano uma denúncia, com informações sobre alegados pagamentos do grupo Tecnoforma a Pedro Passos Coelho quando este desempenhou funções de deputado em exclusividade e que ascenderiam a 150 mil euros.
Segundo a revista, essa situação violaria a lei em vigor, que impede os deputados que optem pela exclusividade de funções de acumular outros rendimentos no Estado e em empresas e associações públicas e privadas.
A PGR esclareceu logo na quinta-feira que está em curso uma investigação e que esse inquérito “não corre, até à data, contra pessoa determinada”.
Um dia depois, no Porto, o primeiro-ministro defendeu que o parlamento deveria pronunciar-se sobre as condições em que ele próprio exerceu funções de deputado há cerca de 15 anos, quando questionado sobre alegados pagamentos que recebeu da Tecnoforma nessa altura.
Pedro Passos Coelho considerou ser-lhe difícil recordar-se de todas as responsabilidades que exerceu há 15 anos ou mais, recordando que até ao momento não foi questionado pelo Ministério Público sobre esta matéria e assegurou que, caso venha a ser, dará a sua "total" colaboração.
Lusa / SOL