“Exigimos que o Governo responda às reivindicações e permita a nomeação de candidatos civis às eleições”, afirmou Alex Chow, líder da Federação de Estudantes de Hong Kong, apelando, de seguida, aos habitantes da cidade para rejeitarem estas “eleições falsas”. “O boicote tem que acontecer, agarrem o vosso destino”, lia-se em vários cartazes.
A maioria dos manifestantes, segundo a AFP, estava vestida com camisolas amarelas e brancas (o branco é a cor do luto na China), que tem sido a cor adoptada pelos activistas pró-democracia, como o grupo Occupy Central.
A agitação estudantil surge uma semana depois de mais de 1.500 activistas terem marchado pelas ruas de Hong Kong exigindo um verdadeiro processo democrático.
Pequim decidiu em Agosto que iria excluir as candidaturas abertas a cidadãos para as eleições locais de 2017, as primeiras na cidade. O Congresso Popular Nacional, órgão legislativo chinês, insiste que os candidatos sejam avaliados por uma comissão de elite e que só desta forma podem ser considerados candidatos. Além disso, só querem dois ou três candidatos a concorrerem nas eleições. A população de Hong Kong exercerá o seu direito de voto mas só depois daquilo que os democratas designam de “triagem” feita, a dedo, pelas autoridades chinesas.
‘Um país, dois sistemas’, ou oficialmente dito como “Uma China, dois sistemas”, é um princípio constitucional criado em 1980. Segundo a Constituição só haverá uma China, contudo a ex-colónia britânica (Hong Kong) e a ex-colónia portuguesa (Macau) poderiam manter os seus próprios sistemas políticos. É precisamente isso que os manifestantes reivindicam.
Este protesto está incluído numa série de manifestações marcadas pelo Grupo Occupy Central, sendo que o maior de todos está marcado para dia 1 de Outubro.
Esta situação é um grande desafio para as autoridades chinesas, já que esta chama democrática pode-se espalhar para outras cidades chinesas, significando uma ameaça ao poder, até então incontestável, do Partido Comunista.