Na Turquia, país que já recebeu mais de um milhão de sírios desde a revolta iniciada contra o regime de Bashar al-Assad há mais de três anos, o Governo diz-se “preparado para o pior cenário”, com Numan Kurtulmus a antecipar uma possível “onda de refugiados que poderá chegar às centenas de milhares de pessoas”.
Com a presença de extremistas do EI na região curda da Síria chegam os relatos das suas atrocidades, em tudo semelhantes às experiências vividas nos últimos meses por populações iraquianas e sírias, região onde os fundamentalistas islâmicos desejam instalar um califado que siga uma interpretação rígida do Islão. Junto à fronteira entre a Síria e Turquia, no centro e arredores da cidade de Kobani, há informações de pessoas apedrejadas e decapitadas, assim como casas incendiadas.
O EI está a ser combatido no local pelas forças curdas da Síria, as Unidades de Protecção Popular, que dizem ter conseguido nas últimas horas afastar os terroristas islâmicos para uma zona que fica a 10 quilómetros de Kobani, segundo declarações de um combatente curdo à Associated Press (AP).
Em Ancara, o primeiro-ministro adjunto diz não saber “quantas vilas mais serão atacadas, quantas pessoas serão obrigadas a procurar refúgio” e lembra as causas poucos naturais desta onda de refugiados: “Enfrentamos não um desastre natural mas um desastre provocado pelo Homem”.
O Governo turco tem militares mobilizados para a zona fronteiriça, onde se têm registados choques entre a polícias e refugiados que pretendem reentrar na Síria para levar bens de primeira necessidade aos que ainda não conseguiram fugir da zona de conflito.