Em comunicado enviado à Agência Lusa, a JMS afirmou que "solicitou à CMVM o esclarecimento, em tempo útil, sobre se a sua oferta, uma vez revista nos termos legais e sujeita à aprovação pela AdC [Autoridade de Concorrência], está em condições de ser admitida, como deverá ser, em termos que permitam à JMS concorrer com as demais ofertas entretanto anunciadas".
A JMS, que reivindica ser "o maior operador no mercado da prestação de cuidados de saúde em Portugal", explicou este pedido por ser obrigada a ter a aprovação da operação pela AdC.
No texto, a JMS pormenorizou que, "dado o potencial impacto económico e empresarial dessa decisão — que no limite (…) poderia levar à oposição à aquisição — (…), não pode prescindir daquela condição".
Desta forma, classificou como "vital assegurar que a sua continuidade neste processo não é afectada ou impedida pelo facto de ser manifestamente impossível obter, nos prazos anormalmente curtos impostos pela CMVM, a aprovação da AdC".
No comunicado, a JMS reafirma "o seu forte empenho e sério interesse estratégico na oferta pública de aquisição da Espírito Santo Saúde, S.A", considerando-se "o operador melhor colocado para valorizar de forma adequada os interesses de todos os 'stakeholders' [agentes e actores relacionados com] da ESS".
Ontem também, a administração da ESS considerou que a contrapartida contemplada na Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pelo grupo mexicano Ángeles é "aceitável", ao passo que o preço oferecido pela José de Mello Saúde é insuficiente.
"A oferta [da Ángeles] é aceitável uma vez que se enquadra nos critérios de valorização do mercado, sendo que o aumento do preço da Oferta de 4,30 euros para 4,50 euros reduz o diferencial face à totalidade de um potencial prémio de controlo", lê-se no relatório do Conselho de Administração da ESS sobre a oportunidade e condições da oferta do Grupo Ángeles Servicios de Salud (GASS).
Já a contrapartida de 4,40 euros oferecida na OPA concorrente lançada pela José de Mello Saúde (JMS), "não reflecte a partilha de quaisquer potenciais sinergias", pelo que a equipa de gestão da ESS "considera que os actuais accionistas não seriam compensados pelo potencial benefício que proporcionariam à JMS caso aceitassem" a sua oferta.
Ainda sobre a OPA lançada pela JMS, a ESS sublinhou que "a contrapartida proposta, ainda que se enquadre nos critérios de valorização do mercado, poderia não reflectir na totalidade um potencial prémio de controlo e o benefício de potenciais sinergias decorrentes do sucesso da Oferta".
Mais, como o preço oferecido pela JMS é inferior em 2,2% ao valor revisto da oferta da Ángeles, a ESS frisou que "a mesma terá que ser obrigatoriamente revista caso a JMS pretenda obter o registo da sua Oferta".
Lusa/SOL